Eportefólio

Este blog consiste no eportefólio de Ana Maria Marmeleira, construído no âmbito da unidade curricular de Concepção e Avaliação em Elearning, do Mestrado de Pedagogia do Elearning, da Universidade Aberta.

Tema 1: Factores de sucesso/qualidade dos cursos online

Antes de termos passado à discussão com a turma sobre o tema em análise - A qualidade no ensino e aprendizagem em contexto online: Uma teia de factores - expusemos individualmente as ideias em que os dois textos traduzidos nos fizeram reflectir. A minha opinião inicial foi a seguinte:
             

Em primeiro lugar, gostaria de destacar a que nos referimos ao falar em “qualidade do elearning”. A qualidade do elearning implica o fácil acesso a uma boa oferta educativa, a facilitação do desenvolvimento de boas competências a nível académico e de utilização das TIC, a disponibilização de bons conteúdos educativos, entre outros aspectos, que permitam ao público-alvo a obtenção de bons resultados na aprendizagem.
           
Para atingir esse bom nível de qualidade, é necessária a partilha de conhecimentos e de experiências entre as várias entidades e investigadores deste tipo de formação, bem como a definição de padrões de qualidade. Nesse sentido, o próprio OEQ (Observatório Europeu da Qualidade) se tem dedicado a esta questão, descrevendo e comparando abordagens e propondo uma série de recomendações.
           
A partir da informação presente nos textos «Approaches to E-Learning Quality Assessment» e «Reflections on Teaching and Learning Online», filtrada pela nossa experiência como e-learners, considero que os principais factores que determinam a qualidade do e-learning são os seguintes:
           
- a qualidade do sistema
- a qualidade da concepção do curso
- a qualidade dos conteúdos
- a qualidade dos professores
- o perfil dos alunos.
           
Por qualidade do sistema, refiro-me à capacidade que o sistema tecnológico que disponibiliza o curso tem de funcionar sem complicações, oferecendo ferramentas de apresentação de conteúdos, de desenvolvimento de tarefas, de comunicação assíncrona, entre outras, que tenham um bom desempenho tecnológico, pois se houver falhas persistentes a este nível, não será fácil proporcionar aos alunos um ensino de qualidade. Nesse sentido, é importante existir uma boa equipa de apoio técnico que possa minimizar ao máximo as falhas do sistema e dar apoio rápido caso surjam dificuldades.
           
A qualidade da concepção do curso é determinante. Se um curso não estiver previamente bem desenhado, com as actividades bem articuladas, numa calendarização exequível, prevendo momentos de estudo, reflexão, discussão, etc., a aprendizagem poderá não se processar da melhor forma. A definição de actividades individuais, de pequeno grupo e de grande grupo deve ser bem estabelecida de modo a permitir aos alunos o melhor envolvimento possível nas actividades. Ao ser disponibilizado aos alunos um curso (e as várias unidades curriculares que o compõem), estes têm de ser capazes de se aperceber da qualidade da concepção, caso contrário não se sentirão motivados a se empenhar no desenvolvimento das actividades ou fá-lo-ão apenas para a obtenção de uma classificação, sem terem criado a ideia de que valeu a pena frequentarem esse curso/unidade curricular.
           
O esforço de tempo que é exigido a um aluno online e o consequente desgaste poderão ser compensados se o aluno sentir que valeu a pena esse esforço, pois aprendeu algo significativo. Isso pode ser conseguido pela qualidade dos conteúdos disponibilizados, não só no que diz respeito aos materiais efectivamente disponibilizados como nas orientações que permitirão ao aluno aprofundar o estudo sobre determinados conteúdos.
           
Este aspecto remete-nos para um outro extremamente importante: a qualidade dos professores. Este factor é de extrema importância, pois poderá determinar, por si só, o fracasso do curso. Um professor de qualidade, para além de dominar bem os conteúdos do curso/unidade curricular em causa, tem de revelar uma boa capacidade de comunicação e de gestão da comunicação. Pelo seu exemplo, deve ensinar aos alunos a como comunicar, a como gerir o tempo, a como construir o conhecimento de forma colaborativa e a como construir uma comunidade de aprendizagem. A presença social do professor é fundamental para a criação de um ambiente de aprendizagem produtivo, não tanto por ser omnipresente, mas por saber gerir os momentos em que deve estar mais presente ou em que deve passar a gestão das actividades para os alunos (até certo ponto).
           
Por fim, a qualidade da formação online depende também muito do perfil do aluno, pois trata-se de uma tipo de formação relativamente exigente, para o qual o aluno deve dominar (ou aprender rapidamente a dominar) uma série de competências técnicas e comunicacionais imprescindíveis. Também se exige do aluno que ele tenha uma boa capacidade de gestão do tempo e bastante autonomia para poder aprender de forma mais ou menos isolada. Um aluno que não tenha este tipo de competências ou que não esteja motivado para a aprendizagem online dificilmente poderá tirar proveito da formação online e os resultados da sua aprendizagem não serão satisfatórios.
           
Assim, se todos estes factores coexistirem, é possível que o ensino online tenha qualidade, que haja uma aprendizagem de sucesso e que este tipo de formação seja uma verdadeira alternativa ao ensino presencial.
       (publicada a 27 de Novembro de 2010)

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